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Soteropolitana e turismóloga. Escrevo sobre viagens da forma que considero justa, sem maquiagem, e acredito nas palavras que caracterizam o turismo como um "instrumento de paz, bem-estar e entendimento entre os povos".

domingo, 4 de julho de 2010

Breve história de Siena, Itália



Só há documentação sobre a história de Siena, linda cidade medieval na Toscana, a partir de 70 d.C., portanto sua origem é contada através da lenda dos irmãos Rômulo e Remo. Os filhos de Remo (Aschio e Seno) teriam fundado a cidade após fugirem do tio, Rômulo, que pretendia assassiná-los, após ter assassinado Remo. Os irmãos conseguiram fugir graças à ajuda do Deus Apolo, que lhes enviou dois cavalos mágicos. Fugiram para o norte, pois o sul estava ocupado pelos gregos, e fundaram Siena, cujo nome se origina de Senio. Para honrar o Deus Apolo, eles sacrifiram os cavalos mágicos. Os corpos dos cavalos, ao serem queimados, geraram duas nuvens de fumaça, um preta e uma branca, que deram origem à bandeira de Siena. Em função desta lenda, em Siena, assim como em Roma, encontram-se diversas esculturas da famosa loba amamentando os gêmeos Rômulo e Remo. A cidade – e muitas de suas vizinhas na Toscana – foi, durante um longo período, dominada pelos etruscos e, posteriormente, pela família Medici.

Siena tornou-se notável após a construção, pelos franceses, da rodovia chamada Via Francigena. A cidade passou a funcionar como "stazione di posta", local onde os viajantes que levavam as correspondências montados a cavalo paravam para susbstituir os animais. Devido ao grande número de viajantes que passavam por Siena em direção a Roma, iniciou-se na cidade o serviço de câmbio – primeiro, nas bancas dos mercados; em seguida, em casas específicas para esse serviço, que passaram a ser chamadas de bancos. A burguesia de Siena prosperou muito com tal atividade e (para a nossa surpresa) já naquela época era possível viajar com uma "lettera di cambio", o que hoje chamamos de traveller's check. O Monte dei Paschi di Siena, que funciona atualmente, foi o primeiro banco do mundo ocidental.

Entre 1100 e 1250, Siena vivenciou uma explosão demográfica e chegou a possuir 60 000 habitantes (população ligeiramente maior que a atual), pois neste período não houve epidemias ou guerras. A partir de 1260, começaram as guerras contra Florença, visto que ambas eram cidades muito influentes e próximas. Houve um intervalo entre as guerras com o surgimento da Peste Negra, em 1348. A epidemia durou 4 anos e Siena perdeu 67% de sua população. A partir de então, a cidade entrou em crise. Esta queda drástica da população se deu pelo fato de Siena ser desprovida de fontes de água. Os cadáveres não podiam ser queimados, sob o risco de que ocorressem incêndios e não houvesse água suficiente para apagá-los. Eram, então, enterrados, o que não impedia a proliferação da doença. Já em Florença, a Peste Negra não causou tamanho impacto, pois a cidade é banhada pelo rio Arno.

Esse passado turbulento repercute ainda hoje: os sieneses não simpatizam com os florentinos. Felizmente, o passado de Siena é refletido também em suas belíssimas construções, muito bem conservadas, e no espírito do povo senese, que sustenta um grande orgulho pela sua história e alimenta tradições antigas, como a famosa corrida de cavalos anual, o Palio. 

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